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La Renamo à l’heure de sa sixième défaite aux élections générales (2020) Texte
A 15 de Outubro de 2019, Moçambique realizou a sua sexta eleição multipartidária. Pela sexta vez, a RENAMO, a antiga rebelião (1977-1992), foi derrotada e não reconheceu os resultados, citando a fraude. A FRELIMO, no poder desde 1975, venceu as eleições com 73% dos votos, o que foi amplamente desacreditado. O poder deste Estado-partido é um elemento explicativo central, mas não pode ser o único. A enésima derrota da RENAMO também levanta questões sobre a natureza e a cultura do partido.
Em linha com o seu trabalho anterior, Michel Cahen, um excelente conhecedor da história moçambicana, continua neste artigo a sua análise dos desafios políticos das eleições de 2019. Cahen regressa à derrota eleitoral da RENAMO, que só pode ser explicada pelo poder deste partido-estado, ao mesmo tempo que regressa às componentes e origens deste partido. Mesmo sendo o principal partido da oposição, continua fraco, especialmente desde a morte do seu líder histórico, Afonso Dhlakama.
Como fez em The Bandits, Cahen aproxima-se mais uma vez da RENAMO de um ângulo singular. Volta assim a várias questões, tais como a fraca pluralidade política em Moçambique, as tensões políticas dentro da própria RENAMO, a dissidência ( Junta Militar ) que dela resulta, entre partido militar e inscrição política num espaço público restrito. No centro deste artigo está também a questão da oposição política, que continua a ser central
Ao olhar para trás para as várias figuras-chave do partido (Ossufo Momade, Afonso Dhlakama), que na maioria das vezes raciocinavam como soldados e não como políticos, Cahen volta ao próprio funcionamento da Renamo: "Creio que o principal problema da Renamo é a sua contradição interna: é um partido civil, mas funciona como um exército. "O principal desafio para a Renamo é talvez funcionar como um verdadeiro partido político a fim de competir com a Frelimo.
Référence : M.Cahen,La Renamo à l’heure de sa sixième défaite aux élections générales(15 octobre 2019) ,Politique africaine n° 160 • 2020/4 • p. 187-209
Documentos anexados
8._polaf_160_version_courte_publiee.pdf